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Tenho câncer, posso ter filhos?

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gravidez abrale

Com alguns cuidados, planejamento e acompanhamento médico necessários, sim, a gravidez após o tratamento pode ser um sucesso

Ser mãe é o sonho de quase toda mulher. Casar-se, formar uma família, também é algo desejo pela maioria dos homens. Mas e quando uma pessoa é diagnosticada com câncer no sangue? O que deve fazer com este sonho? É preciso abandoná-lo? “Não, um paciente com câncer ainda por ter filhos, especialmente os portadores de cânceres hematológicos, que não atingem os órgãos.” É o que afirma o Dr. Wilson Carrara médico ginecologista. Isso porque, segundo ele, o maior vilão contra a gravidez no caso do câncer não é a doença em si, mas seus tratamentos. “A quimioterapia e a radioterapia agem interrompendo a proliferação celular dos tumores, causando, no entanto, danos também nas células boas do corpo queestão em fase de multiplicação. E, como os óvulos na mulher e os espermatozóides no homem são células em constante multiplicação, esses tratamentos podem interferir no seu desenvolvimento, diminuir a produção, causando alterações na fertilidade, explica.

Como então sonhar com uma gravidez após o tratamento? A resposta vem de suas palavras: planejamento e acompanhamento.

Colher antes para plantar depois

Criopreservação é a saída. A palavra é complicada, mas o objetivo dela é simples. Nada mais é do que a tecnologia através da qual células, tecidos ou embriões são preservados em temperaturas muito, muito frias. Células como os óvulos e os espermatozóides; tecidos como o da parede do ovário e embriões… Ou seja, é possível colher óvulos, espermatozóides e embriões enquanto estiverem saudáveis, antes da quimioterapia e da radioterapia, para depois reimplantá-los, através da fertilização in vitro, gerando a desejada gravidez.

É muito importante que o paciente saiba disso e converse com o oncologista a respeito, assim que receber o diagnóstico do câncer. Ele saberá respeitar o desejo do paciente e irá encaminhá-lo para um especialista em fertilidade. Depois de feitos alguns exames, caso tudo esteja em ordem com os órgãos reprodutores e suas funções, será feita, então, a retirada dos óvulos ou espermatozóides. “Nos homens o procedimento é mais simples, com a coleta dos espermatozóides através da ejaculação programada. Entre as mulheres, há dois casos: nas pacientes que já ouvulam é feita a estimulação hormonal e a coleta dos óvulos; das que ainda não ovulam é feita a estimulação hormonal e a coleta dos óvulos; das que ainda não ovulam, é retirado parte do tecido ovariano, através de videolaparoscopia.”, explica o Dr. Carrara. Então, com o congelamento feito em seguida, as células e tecidos ficam preservados e será possível a fertilização no futuro.

No caso de pacientes casados, sejam homens ou mulheres, há ainda a opção de retirar os óvulos e espermatozóides, fazer a fecundação in vitro e congelar os embriões, que após o tratamento e a remissão, estarão prontos para serem implantados no útero. “Quando a paciente está curada e em boas condições clínicas, após a implantação dos embriões as chances de a gravidez ser bem – sucedida são exatamente as mesmas de qualquer outra mulher”, conta o médico. Segundo ele, o ideal é que a fertilização dos óvulos ou a utilização dos espermatozóides ou a implantação dos embriões seja feita em até três anos após a coleta, para que a possibilidade de sucesso seja maior.

Gravidez após o diagnóstico

E se a doença for descoberta durante a gravidez, o que acontece? A situação é delicada, e os procedimentos a serem tomados vão depender do período em que se encontra a gestação no momento do diagnóstico. “Mas o principal que deve ser observado é a necessidade terapêutica da paciente e o tempo que se pode aguardar sem o tratamento invasivo (radio ou quimioterapia) sem que haja prejuízos grandes à mulher”, afirma o especialista.

Quem deseja ter filhos e foi diagnosticado com câncer deve colher óvulos, espermatozóides e embriões, antes da quimioterapia e da radioterapia

Em termos de sugestões de procedimentos, quando diagnosticado o câncer no primeiro trimestre da gestação, e tendo necessidade de tratamento quimioterápico ou radioterápico imediato, pode, havendo concordância da paciente (e somente com essa premissa), ser feita a interrupção da gravidez, uma vez que ela implicaria risco de vida iminente da paciente e do bebê. Quando descoberto entre 14 e 34 semanas de gestação, o trabalho será manter a gravidez pelo menos até próximo das 34 semanas sem afetar muito as condições da paceinte e sem começar os tratamentos. Mas a doença sendo diagnosticada após 34 semanas de gestação e a mulher tendo necessidade de tratamento imediato, é feito o parto, considerando que o bebê já tem grandes chances de sobreviver fora do útero. E que não iniciar a quimio ou radioterapia pode colocar a mãe em risco.

A Gestação que Cura

Células tronco no sangue do cordão umbilical são usadas para TMO (Transplante de Medula Óssea)

Em várias partes do mundo já foram registrados casos de mulheres que ficaram grávidas após terem cânceres do sangue ou que descobriram a doença durante a gravidez e foram curadas pelos próprios bebês. Isso porque as células – tronco presentes do sangue do coardão umbilical, mesmo que produzidas por uma mulher que tenha a doença, são puras e livres de qualquer mal. Após o nascimento, e constatado que haja a compatibilidade entre a mãe e o bebê (geralmente a probabilidade é alta), essas células podem ser implantadas na medula óssea da paciente e regenerar o sangue canceroso.

O post Tenho câncer, posso ter filhos? apareceu primeiro em Combate ao Câncer - Informação é o melhor remédio para a prevenção.


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